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Eu queria escrever versos
Como quem limpa feridas esperando a cura,
Como quem sopra as cicatrizes de suas chagas, expulsando-as de si!
Como quem luta em deixar morrer uma dor que calejada pulsa,
Como quem rega espinhos esperando a rosa,
Como quem em uma única estrela no céu, vê a Via láctea!
Como quem dá abrigo a lua no piso de sua casa,
Como quem abre as persianas e deixa o sol deitar-se no sofá da sala,
Como quem ama muito, incondicionalmente!
Como quem come o pão de seu próprio suor!
Como quem é irmão de Francisco!
Como quem não é indiferente à dor de que não sente...
Como quem luta por seu e de outrem, o direito à vida!
Como o aflito, mortificado, ainda procura dar sentido à sua vida!
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Marluce Freire Nascasbez
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