Quando escrevo sinto a vida asfixiando a morte!



Marluce Freire Nascasbez


Charme? Caráter? Fosse o que fosse, ela tinha isso.


Virginia Woolf




terça-feira, 12 de janeiro de 2010

.
.
Eu queria escrever versos




Como quem limpa feridas esperando a cura,

Como quem sopra as cicatrizes de suas chagas, expulsando-as de si!

Como quem luta em deixar morrer uma dor que calejada pulsa,

Como quem rega espinhos esperando a rosa,

Como quem em uma única estrela no céu, vê a Via láctea!

Como quem dá abrigo a lua no piso de sua casa,

Como quem abre as persianas e deixa o sol deitar-se no sofá da sala,

Como quem ama muito, incondicionalmente!

Como quem come o pão de seu próprio suor!

Como quem é irmão de Francisco!

Como quem não é indiferente à dor de que não sente...

Como quem luta por seu e de outrem, o direito à vida!

Como o aflito, mortificado, ainda procura dar sentido à sua vida!

.
.

Marluce Freire Nascasbez

Nenhum comentário:

Postar um comentário