Quando escrevo sinto a vida asfixiando a morte!



Marluce Freire Nascasbez


Charme? Caráter? Fosse o que fosse, ela tinha isso.


Virginia Woolf




sexta-feira, 31 de julho de 2009

Beija-flor rabo de tesoura

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Um beija-flor rabo de tesoura,
Baila em frente ao meu olhar!
E eu hipnotizada,
Em transe

Picotada por sua tesoura...


Marluce Freire Nascasbez



Foto: Flávio Cruvinel Brandão (beija-flor rabo de tesoura) em Veredas, por Marluce
http://www.flickr.com/photos/flaviocb/
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terça-feira, 28 de julho de 2009

O Guerreiro

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"...O guerreiro renasce no despertar da alvorada, abrindo o portal da luz e oferecendo a sua amada um inteiro conectado a outro inteiro na profusão da eternidade. Um momento claro, um orgasmo cósmico que une os versos no universo.

"O visionário sonha,
o mago indica o caminho,
o guerreiro define a estratégia o amante se põe a caminho...”
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José Dagostim (OVERMANO)


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Foto: Osvaldo Barreto (OVERMANO)

sábado, 25 de julho de 2009

Dos jardins...

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Do jardim, bebo a flor,
Sacio minha sede
No orvalho que há nela...



Marluce Freire Nascasbez




Foto: Gui Venturini em Veredas, por Marluce / Fotografia (Choro de Anjo)/do grupo flores
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

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"O amigo é a resposta aos teus desejos.
Mas não o procures para matar o tempo,
Procura-o sempre para as horas vivas.
Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio."
(Khalil Gibran)


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domingo, 19 de julho de 2009

Plúmbeo

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Maria carrega na face um olhar soturno
De quem sofreu,
De quem tropeçou,
De quem foi lesada!
De quem foi ferida... às costas...

O que sofreu Maria?
Tudo d0 que a vida não mais lhe repõe...

Mas Maria ainda carrega um brilho no olhar,
No qual se afoga o lôbrego
E dá espaço para o acreditar na vida,
É assim do que é feito “ Maria”!



Marluce Freire Nascasbez

Os laços do amor...

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O amor é um laço
Que prende dois lados,
Que ata e desata!

Ata-se fazendo um nó!
Desata-se fazendo outro(s)...


O amor é um
L
A
Ç
O
Que mesmo d e s f e i t o ficam marcas fazendo LAÇOS...




Marluce Freire Nascasbez

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Raquel de Queiroz em Veredas, por Marluce

Telha de vidro



Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...


A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...


Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz do dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.


Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você não experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!

[ Rachel de Queiroz]

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Feito de flor...






Como pode ser diferente
Um beija-flor,
Se ele é feito de flor...




Marluce Freire Nascasbez





Foto: Eder Rogerio Mansan.
http://br.olhares.com/Ederclick
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lua minguante










A lua terce no céu
Uma prece fria e vazia
E o olhar perdido do poeta
Contando as estrelas do céu
Não enxergando a lua...
E a lua “minguando” suplica a Deus compaixão
Espreme-se, faz-se tão miudinha, míngua,
Rogando a Deus
Por esse senhor das letras
Que há dias acompanha indiferentemente
As fases da lua,
E nenhuma consegue
Inspirar esse olhar
Ele está numa fase daquelas!
Perdido no espaço
Que não encontra a lua
Para instigar sua inspiração...
E ora,
A lua ora por ele!



Marluce Freire Nascasbez





Foto: Hugo Macedo
http://fotohugo.blogspot.com/
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terça-feira, 14 de julho de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O sol, a flor da luz!





O sol, a flor da luz!

Há um quê nesse pôr-do-sol sertanejo,
Há um quê que só descobre “o quê” quem o vê...


Marluce Freire Nascasbez




Foto: Marluce

domingo, 12 de julho de 2009






Sou como as rosas, sobreponho-me aos espinhos...




Marluce Freire Nascasbez




Foto: Marluce

sábado, 11 de julho de 2009

Afeto



















Afeto
É um sentimento
Que o coração sussurra,
Sem palavras!



Marluce Freire Nascasbez






Foto: Jéssica Helem

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O pardal

















O pardal é tão a cara
De João,
De Maria,
De José
Tão a minha cara,
Tão a tua!?
Tão a nossa!?
Que somos todos pardaizinhos!?...



Marluce Freire Nascasbez

domingo, 5 de julho de 2009

Eu no Blog Veneza de Brasileiros!

PASSAGEM Em Veneza de Brasileiros

Passagem

Sento-me à plataforma da estação
A ver o trem passar!
Passa o trem
E o aceno da menina...
Passa o trem
E o olhar cálido da mocinha...
Passa o trem
E um sorriso leve no rosto da mulher,
Transformando-a em velhinha...
Passa o trem
E eu também!?...
E a plataforma
Não é ponto de chegada,
Não é ponto de partida,
É caminho de passagem!
Eis a viva,
Passagem!

Marluce Freire Nascasbez



http://venezadebrasileiros.blogspot.com/2007/09/cad-marluce.html

Osvaldo Barreto e André Lins

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cotidiano Sertanejo

O sertanejo acorda,
O céu o espera em espetáculo!

Um restinho de noite ainda teima ficar
Quer ver o dia em luz abrindo-se!
É o sol
A flor da luz
Que ora é espinho, só dor...
Bem depois ele é flor!
Nessa hora ainda, o sertanejo
Olha para o céu
Acredita em dias melhores,
Hoje não!

Ele espera!
Encosta a enxada no chão
A semente cravada na terra
Aguada pelo seu suor
Guarda-se para mais tarde,
Assim também ele!

Acende uma vela ao santo
Iluminar sua fé!

Nos dias de espera,
A esperança espera-o
Ela é paciente, espera-o
E compreende se ele desesperar...

No céu ele vê sinais,
Que o sertanejo entende
Ele conhece esses sinais
Quase tanto os seus...

E o crepúsculo avizinha-se
O sol quase indo,
Ainda deixa uns teimosos raios
De si para olhar a noite!
E o céu já sem estrelas
Todas elas nos olhos do sertanejo
Que está a olhar o céu!
O sertanejo dorme
A natureza guarda para ele
Um amanhã espetacular!


Marluce Freire Nascasbez

Painel de boas vindas