Essa é a última primavera
Em que Júlia planta roseira!
A derradeira roseira de sua vida inteira,
Ela termina de cravar na terra
Seus espinhos
De posteriores rosas,
De porvir perfume...
Que já bem logo mais tarde
Quando os espinhos eclodirem raízes
E seus caules desabrocharem rosas,
Exalará perfume!
Que terão o cheiro das mãos de Júlia
Eternamente impregnado em outras rosas
Que seguiram em outras primaveras...
E a roseira que ela plantara,
Já em rosas
Irá antes de outra primavera,
Beijar o seu rosto
Desfalecido no caixão...
Marluce Freire Nascasbez
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