Quando escrevo sinto a vida asfixiando a morte!



Marluce Freire Nascasbez


Charme? Caráter? Fosse o que fosse, ela tinha isso.


Virginia Woolf




quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Imagem do google
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Meu desejo de voar é tão impetuoso,

Que de vez em quando,

Por pura compaixão,

As borboletas fazem-me esse favor...



Assim,

Sinto minh’alma com a  leveza do pólen,

E meu corpo ter o peso de uma flor!






Marluce Freire Nascasbez
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domingo, 26 de setembro de 2010

Em uma última primavera






Essa é a última primavera

Em que Júlia planta roseira!


A derradeira roseira de sua vida inteira,

Ela termina de cravar na terra

Seus espinhos

De posteriores rosas,

De porvir perfume...


Que já bem logo mais tarde

Quando os espinhos eclodirem raízes

E seus caules desabrocharem rosas,

Exalará perfume!

Que terão o cheiro das mãos de Júlia

Eternamente impregnado em outras rosas

Que seguiram em outras primaveras...


E a roseira que ela plantara,

Já em rosas

Irá antes de outra primavera,

Beijar o seu rosto

Desfalecido no caixão...




Marluce Freire Nascasbez
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quando é preciso florir



                                                                  Imagem google


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Num jardim extinto

Decepei os espinhos,


Sangrei as mãos...


Feri-me!




Lambi as feridas...



Acreditei que do ventre roto da terra,

Na qual semeei as sementes,

Há de porvir o perfume!

Há de florir o jardim,

Na estação que começa!






Marluce Freire Nascasbez
 
 

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

filhos
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Há 17 anos atrás!

(Aos meus "meninos"!)
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Toda distância

que nos separa,

É uma lonjura, desmedida...







Marluce Freire Nascasbez

sábado, 11 de setembro de 2010






Passagem


Imagem do google
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Sento-me à plataforma da estação

A ver o trem passar!


Passa o trem

E o aceno da menina...


Passa o trem

E o olhar cálido da mocinha...


Passa o trem

E um sorriso leve no rosto da mulher,

Transformando-a em velhinha...


Passa o trem

E eu também!?...


E a plataforma

Não é ponto de chegada,

Não é ponto de partida,

É caminho de passagem!

Eis a viva,

Passagem!



Marluce Freire Nascasbez




Publicada no OVERMUNDO